Trintêcinco segundos
Pra pensar na vida
é o tempo que a vida me dá.
Não dá.
Um menino que mal perdeu o
desengoçar dos treze anos
bate no vidro:
- O tio hoje não quer jornal.
Ele veste uma camisa de escola
particular toda surrada, mas
Nem deve saber ler.
Ele, caso soubesse, teria uma pitada a mais
de ilusão na vida bandida, mas
de ilusão na vida bandida, mas
Nem deve saber disso.
Vende fabulações a gosto do cliente,
sempre mais ou menos vagabundas
e com cara de játevi,
alteram, apenas, protagonistas entre
leões, Lagos, Palácios, Castelos
e Guerreiras.
Paulo César di Linharez
4 comentários:
É um ciclo vicioso que não se dá atenção. Meio que pra manter a hierarquia do que realmente acontece e como acontece. Um eterno passe e re-passe de bola (bola-problema).
Mas ainda acredito que essa frase "O tio hoje não quer jornal" ainda vai ser ocoada de 4 em 4 anos, e assim por diante. Não é pessimismo, simplesmente o não cumprimento duma obrigação geral, ou seja, de todos.
E não é falso heroismo nas minhas palavras, eu mesmo faço pouco caso do menino com camisa surrada de escola particular e de outros(as) tantos(as) como ele(a).
Paz, bom texto!
Crítica perfeita!!
Li essa última estrofe um bilhão de vezes ^^
Sentença...
seriam anjos invisíveis?
reflexo de certa/errada indiferença...
muito interessante este poema!!
parabéns!
Isso é lindo!!!!!
Adorei!
Simplório e complexo... a perfeição de vivência!
Obrigada por compartilhar isso.
Maravilha!
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