14 de fevereiro de 2010

I
noutros tempos
a poesia,
hoje
um tweet.
em versos não estampo
novidades:
vendo por quilo
poemas em crise.

mas ainda há peito
e pois poeta.
não sou daqueles
bustos bronze em praças
- e que quadrado um que estava lendo,
mas isto é papo pra outro assunto...

II
quanta sujeira decora a cidade!
poluem nossa própria estima...
com moscas disputo meu tira-gosto,
na areia,
calmo caga um cachorro...

pelos becos, se esvaem mistérios.
o lixo se escancara,
o odor exala
e a merda, abunda.

até na praça daquele
poeta, alheio ao povo, mas
dos governantes,
sob os pés nos brota
mais um rio esgoto -
desgosto puro às narinas.

-bem, o povo que se acostume...
a se indignar!