19 de maio de 2009

A morte de Boitatá e do povo de cá

Boitatá é cobra de fogo
Fogo que não se apaga no mar
Espantando navios mercantes
E não deixando a floresta queimar.

Cresce, cresce, cresce
Cresce, cresce Boitatá
Cresce apagando as chamas
Que matam as matas de cá.

Eis que surgem viajantes
Que vieram das bandas de lá
E ao chegarem em nossa casa
Mandaram matar boitatá.

Morre, morre, morre
Morre, morre Boitatá
Morre pelos viajantes
Que vieram das bandas de lá.

Uma hora dessas era pra Boitatá
Estar do tamanho do mundo
Aqui na terra do Inferno Verde
O ser humano tá queimando tudo.

Mas boitatá tá morto e enterrado
Na memória dos meus ancestrais
E não há mais quem proteja a gente
Dos navios que chegam no cais.

E os navios só encontram gente
Gente como a das bandas de lá
Nem parece a de antigamente
Que nasceu nas bandas de cá.

O nosso povo virou a casaca
Nem parece das bandas de cá
O nosso povo tá virando gente
Como as gentes das bandas de lá.

6 comentários:

Paulo César di Linharez disse...

Que legal esse texto!
Valeu!

Cláudio Martins disse...

Fascinante!!!

Regionalismo e crítica muito bem associadas!

Tow até com inveja ^^

Rafa disse...

*___*

Eu crio um boitatá em mim.
ADOREI.

Davi Machado disse...

Que versos!!! Muito bom amigo!
blog fascinante esse...
...

angela disse...

Incrivel.

Brenda Maciel disse...

quase choro :)