31 de março de 2011

Censurado

Dilacerado o sentido
cru da existência,
ornada a chamada
vida pelo pretenso
- e no entanto fátuo –
cintilar das pétalas de
orquídeas miseráveis
– pelo vislumbre
de uma paisagem cujos
contornos se dissolvem
ao tato.

Não é espantoso
perceber que o canto
fatigado se dissipa
entre as muitas vozes
que o entoam
- e que o calam:
o alarido permanece.
E em seu ruído,
o desespero, pronunciado
em alegorias e em falsas verdades.

O alarido permanece.
E em seu ruído,
a ruína de toda uma nação.

3 comentários:

Jéssica Mendes disse...

Tô ouvindo daqui!

Jéssica Mendes disse...

Tive que reler várias vezes para tentar captar toda a genialidade de tuas palavras, Rômulo! Na última releitura eu reafirmei o que há muito já sabia: tenho orgulho de te conhecer, de fazer parte da tua história literária e comprovei que concursos literários são os meios mais duvidosos de avaliar ou mensurar as palavras de alguém!

Eu não gosto de usar uma palavra quando "avalio" um texto, mas é a única que consigo pensar para esse: visceral!

Tu és belo com tuas orações, és inteiro em teu sentir, passa ao leitor um sentimento, uma beleza... Tu és verdadeiramente poeta!

Teus textos são matéria viva para um pensamento que vai muito além que algumas linhas, essas palavras foram pra mim muito além de uns parágrafos!

wanessa g. disse...

Quanto mais leio seus textos mais tenho orgulho de ser maranhense!